terça-feira, 23 de março de 2010

A França arma a Rússia.

Belonaves francesas da categoria Mistral: pitbulls dos mares

No período que antecedeu a Segunda Guerra, Churchill não cansava de avisar a Europa que as concessões feitas a Hitler armavam a Alemanha.

Falta um Churchill para avisar a França que o acordo fechado esta semana com a Rússia, para fornecer ao Kremlin, por US$ 3 bilhões, quatro navios de assalto da categoria Mistral, é uma temeridade.

Os mistrais, curtos e ágeis, reúnem o que há de mais moderno, feroz e eficaz no mar, na sua categoria. Não são belonaves estratégicas: são máquinas de ataque. Pitbulls dos mares.

Projetam 32 mil toneladas, com autonomia de 20 mil quilômetros e 10 dias sem reabastecimento. Levam, em um encouraçado ventre, 1.400 combatentes, 280 veículos pesados, e 30 helicópteros. A capacidade defensiva é total: parar-lhes a navegação é tarefa complicada.

Quatro coisas destas, compondo o comboio estrutural de um porta-avião de tonelagem máxima, varre do mapa qualquer tentativa de resistência na periferia soviética.

Não se trata de querer relegar a Rússia a um lugar inespecífico da geopolítica mundial: ela não ficará lá. Trata-se de não ajudar Putin, o neo Czar dos Urais, a deitar os olhos rumo aos mares Báltico e Negro, com os ares da ansiedade imperial que ali só está adormecida.

Se a Rússia conseguir hegemonia tática sobre aqueles dois mares, vazar para o Atlântico e soprar os calcanhares da OTAN é uma probabilidade.

Por estas e outras Sarkozy perde espaço político na França e acaba de sofrer uma derrota eleitoral para os socialistas e para a extrema direita, que lhe solaparam a maioria no parlamento.

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