terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Soro da morte.

Edward Downes começou a trabalhar na Royal Opera House, em Londres, no início dos anos 50, elevando, em 1951, ao cobiçado cargo de regente da mesma.

Permaneceu no posto até 2005, quando se aposentou, acumulando a regência recorde de 950 récitas de 49 óperas.

Dirigiu ainda a Filarmônica da BBC, e instalou, como diretor, a Ópera de Sidney, na Austrália.

Seu trabalho rendeu-lhe a mais alta honraria britânica: foi sagrado Cavaleiro do Reino Unido, transformando-se em Sir Edward Downes.

Neste verão de 2009, Sir Edward Downes estava com 85 anos. Sua esposa Joan Downes, contava com 74. Estavam casados há 54 anos.

Ele estava quase cego e com a audição comprometida. Ela estava acometida de um câncer terminal.

Avisado pelo médico que a sua companheira não viveria mais que alguns dias, Sir Downes tomou uma decisão: morreria com ela.

Como a legislação inglesa não permite a eutanásia, o casal, acompanhado dos filhos, rumou à Zurique, na Suíça, onde é permitido, em circunstâncias especiais, o direito de morrer voluntariamente, com a ajuda de profissionais habilitados.

Depois de serena despedida dos filhos, o casal deitou-se em um leito, deu-se as mãos, e recebeu Nembutal, conhecido como “soro da morte”, nas veias.


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