terça-feira, 2 de agosto de 2011

Subindo o teto

Ontem, a Câmara dos Deputados impôs a Barak Obama a solução dos republicanos: por 269 votos a favor e 161 contra, o governo dos EUA foi autorizado a subir o pé direito em US$ 2,1 trilhões, o que, em tese, caso os cortes exigidos sejam efetuados, é suficiente para rolar as promissórias até 2012.

Os democratas avisam que não foi uma derrota, pois os republicanos queriam menos da metade disto.

Como dizia a minha avó, “desculpa de amarelão é comer barro”: os democratas foram massacrados. Obama queria subir mais alguns andares e não ser obrigado, novamente, a entrar no ringue em 2012, o que dificilmente poderá ser evitado, pois ao Tesouro dos EUA, com um financiamento interno colossal e uma política externa beligerante, não tem dinheiro que chegue.

Os republicanos se apressaram em votar o acordo, depois que a imprensa começou a tecer comparações, entre a liquidez do Tesouro e a fortuna de alguns biliardários: ontem foi a vez de “espalharem” que Bill Gates tinha saldo bancário maior que os EUA.

As comparações são lúdicas. A liquidez das 10 maiores fortunas do mundo, juntas, não chegaria ao valor de um único depósito monetário dos EUA: o tesouro de Fort Knox, a maior reserva do mundo em barras de ouro.

Todavia, é fato que o endividamento dos EUA precisa desacelerar, o que não é impraticável, pois, apesar dele estar na casa dos US$ 14 trilhões, o déficit pública não passa de US$ 1,4 trilhão.

O imbróglio da dívida americana, cujo teto já subiu 35 vezes em 30 anos, é um enorme jogo político com repercussões financeiras sentidas muito mais fora das fronteiras dos EUA do que na sua economia doméstica: os títulos da dívida estão, na sua maioria, nos cofres de países estrangeiros. Até Brasil tem uns bons trocados investidos em títulos do Tio Sam.

Hoje o Senado, onde Obama tem estreita maioria, aprovou o acordo da Câmara sem problemas.

Apesar de não ter sido o acordo dos seus sonhos, Barak Obama sancionará a lei sorrindo.

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