terça-feira, 12 de junho de 2012

Rio + 20: muita prosa e pouca obra.

A apenas 200 metros dos pavilhões do Rio centro, onde serão debatidos temas da Rio + 20, situa-se a favela Vila Autódromo, surgida na década de 70 e que hoje conta com cerca de quatro mil moradores.

Os moradores da Vila Autódromo ouvirão a música dos debates sobre meio ambiente, mudanças climáticas, preservação ambiental e sustentabilidade, mas eles não têm renda para consumir produtos orgânicos, não tem água encanada e o rio que corta a favela é um esgoto a céu aberto cujo mau cheiro atrai ratos e mosquitos.

Os organizadores da Rio + 20 prestariam melhor serviço ao meio ambiente se abrissem mão da mesmice do convescote e com os recursos que serão despendidos nos salamaleques , cerca de US$ 1 bilhão (só o Brasil reservou R$ 430 milhões para o evento), resolvessem promover o total saneamento da dita favela.

Eis um dos maiores problemas da humanidade contemporânea: discute-se muito sobre o mesmo problema e se faz muito pouco para resolvê-lo.

E daí? Pelo menos alguns ganham diárias e os hotéis, restaurantes, taxistas, bordéis e cabarés fazem a festa. 

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